Guilherme Augusto Araújo de Fernandes - Mem Fox

Edição de 1995
Ilustrado por Julie Vivas
Editora Brinque-Book

Sinopse:
Este título é o nome do personagem, que era vizinho de um asilo de idosos, todos seus amigos. Mas era de Dona Antônia que ele mais gostava. Quando soube que ela perdera a memória, quis saber o que isso significava e foi perguntar aos outros moradores do asilo. Como resposta, ouve que memória é algo: bem antigo, que faz chorar, faz rir, vale ouro e é quente... Então, monta uma cesta e vai levá-la a Dona Antônia. Quando ela recebe os presentes 'maravilhosos', conchas, marionete, medalha, bola de futebol e um ovo ainda quente, cada um deles lhe devolve a lembrança de belas histórias.

História do livro:

GUILHERME AUGUSTO ARAÚJO FERNANDES

Era uma vez um menino chamado Guilherme Augusto Araújo Fernandes e ele nem era tão velho assim.
Sua casa era ao lado de um asilo de velhos e ele conhecia todo mundo que vivia lá.
Ele gostava da Sra. Silvano que tocava piano.
Ele ouvia as histórias arrepiantes que lhe contava o Sr. Cervantes.
Ele brincava com o Sr. Valdemar que adorava remar.
Ajudava a Sra. Mandala que andava com uma bengala.
E admirava o Sr. Possante que tinha voz de gigante.
Mas a pessoa que ele mais gostava era a Sra. Antônia Maria Diniz Cordeiro, porque ela também tinha quatro nomes, como ele.
Ele a chamava de Dona Antônia e contava-lhe todos os seus segredos.
Um dia, Guilherme Augusto escutou sua mãe e seu pai conversando sobre Dona Antônia.
- Coitada da velhinha - disse sua mãe.
- Por que ela é coitada? - perguntou Guilherme Augusto.
- Porque ela perdeu a memória - respondeu seu pai.
- Também, não é para menos - disse sua mãe. - Afinal, ela já tem noventa e seis anos.
- O que é memória? - perguntou Guilherme Augusto.
Ele vivia fazendo perguntas.
- É algo de que você se lembre - respondeu o pai.
Mas Guilherme Augusto queria saber mais; então, ele procurou a Sra. Silvano que tocava piano.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo quente, meu filho, algo quente.
Ele procurou o Sr. Cervantes que lhe contava histórias arrepiantes.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo bem antigo, meu caro, algo bem antigo.
Ele procurou o Sr. Valdemar que adorava remar.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que o faz chorar, meu menino, algo que o faz chorar.
Ele procurou a Sra. Mandala que andava com uma bengala.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que o faz rir, meu querido, algo que o faz rir.
Ele procurou o Sr. Possante que tinha voz de gigante.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que vale ouro, meu jovem, algo que vale ouro.
Então Guilherme Augusto voltou para casa, para procurar memórias para Dona Antônia, já que ela havia perdido as suas.
Ele procurou uma antiga caixa de sapatos cheia de conchas, guardadas há muito tempo, e colocou-as com cuidado numa cesta.
Ele achou a marionete, que sempre fizera todo mundo rir, e colocou-a na cesta também.
Ele lembrou-se, com tristeza, da medalha que seu avô lhe tinha dado e colocou-a delicadamente ao lado das conchas.
Depois achou sua bola de futebol, que para ele valia ouro; por fim, entrou no galinheiro e pegou um ovo fresquinho, ainda quente, debaixo da galinha.
Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu a ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta.
"Que criança adorável que me traz essas coisas maravilhosas", pensou Dona Antônia.
E então ela começou a se lembrar.
Ela segurou o ovo ainda quente e contou a Guilherme Augusto sobre um ovinho azul, todo pintado, que havia encontrado uma vez, dentro de um ninho, no jardim da casa de sua tia.
Ela encostou uma das conchas em seu ouvido e lembrou da vez que tinha ido à praia de bonde, há muito tempo, e como sentira calor com suas botas de amarrar.
Ela pegou a medalha e lembrou, com tristeza, de seu irmão mais velho, que havia ido para guerra e que nunca voltou.
Ela sorriu para a marionete e lembrou da vez em que mostrara uma para sua irmãzinha, que rira às gargalhadas, com a boca cheia de mingau.
Ela jogou a bola de futebol para Guilherme Augusto e lembrou do dia em que se conheceram e de todos os segredos que haviam compartilhado.
E os dois sorriram e sorriram, pois toda a memória perdida de Dona Antônia tinha sido encontrada, por um menino que nem era tão velho assim.

Fonte:

FOX, Mem. Guilherme Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Brinque-Book, 1984.

O livro contempla de forma agradável questões referentes as memórias da família, as memórias boas e ruins, possibilitando um debate sobre os objetos como portadores de memórias, a importância da memória dos idosos e a valorização de sua sabedoria.

Disponível em: http://www.educarede.org.br/educa/img_conteudo/Hist%C3%B3ria%20e%20Mem%C3%B3ria.htm


Confira:
Site da editora:
http://www.brinquebook.com.br/livro.php?id=51

Download do livro:
http://cid-f8c7af98c9b1b205.skydrive.live.com/self.aspx/Documentos/Livros%20de%20Literatura%20-%20De%20QUALIDADE/Guilherme%20Augusto%20Ara%c3%bajo%20de%20Fernandes.pdf

Proposta de atividades:
http://carrosseldafantasia.blogspot.com/2009/07/trabalhando-com-o-livro-guilherme.html
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11 Response to "Guilherme Augusto Araújo de Fernandes - Mem Fox"

  1. SIL says:
    1 de novembro de 2010 às 14:29

    Como esta histopria é linda. Parabens

  2. Gabriela de Amorim says:
    9 de fevereiro de 2011 às 15:05

    Oi Sil!
    Também achei linda essa história e agradeço minha professora Claricia Otto por ter me apresentado ela!
    Obrigada pela visita e fique sempre à vontade para navegar por outros posts e fazer novos comentários!
    Abraços!

  3. joelma Santa inês Says:
    28 de junho de 2011 às 14:24

    Estamos numa etapa de curso de capacitação que tem como objetivo "ler livros de literaturas para os alunos de séries iniciais" diariamente, da Empresa Vale.
    Na primeira etapa do curso aprendemos como montar varais com vários gêneros textuais, em seguida, a escolha adequada dos livros que devemos ler para alunos.

    O primeiro livro que nossa tutora pediu para que lêssemos foi Guilherme Augusto de Araújo Fernandes". Tivemos todo cronograma planejado do antes, durante e depois da leitura, o que nos rendeu uma semana inteira de atividade, pois exploramos bem o livro a cada dia como a capa, título, autora, ilustradora,leitura de imagens, cores da ilustrações.
    A atividade foi muita proveitosa, e sei que despertou muito a curiosidade da maioria de meus alunos,pois a maioria já tinha idealizado sua história através da leitura de imagens.

  4. Anônimo Says:
    21 de setembro de 2011 às 14:49

    Publiquem mais histórias iguais a esta... adorei

  5. Kerolynne B. Avila says:
    27 de outubro de 2011 às 18:36

    Gostei muito dessa historia tenho o livro, mas queria escolher para uma peça teatral . mas não tenho escrita de teatro. Se puder ajudar

  6. Gabriela de Amorim says:
    28 de outubro de 2011 às 23:24

    Oi Kerolynne!
    Que ótima ideia transformar o texto em peça de teatro.
    Quantas crianças são?
    Sugestão, reúne as crianças, escolha os personagens e tente rascunhar a alteração no texto, transformando-o em peça de teatro.
    Depois me manda um e-mail para gabiruzinha2@yahoo.com.br que tento te ajudar com mais detalhes e sugestões na escrita.
    Fico a disposição e aguardo teu contato!
    Ótimo final de semana!

  7. Joyce Says:
    9 de novembro de 2011 às 10:43

    HIstória linda e comovente...me ajudou na montagem de um belissimo projeto " memórias do coração", onde os alunos puderam trazer a tona suas menorias e tambem conhecer as histórias de vida de seus familiares...foi muito emocionante ao final..

    Joyce
    Pedagogia 5º período

  8. Unknown says:
    6 de novembro de 2012 às 22:06

    essa historia é muito linda

  9. Unknown says:
    6 de novembro de 2012 às 22:08

    essa historia é muito linda

  10. Anônimo Says:
    19 de fevereiro de 2013 às 14:57

    eu adoro essa história para introduzire o tema da memória nas séries iniciais do F1.

  11. Biblioteca Animada says:
    25 de maio de 2017 às 14:19

    Sou apaixonada por essa história, pois a mesma marcou um
    "divisou de águas" na minha vida.
    Pois tornei-me contadora de histórias e essa história me acompanha na maior parte das minhas narrações.

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