Em agradecimento a Caio Augusto, pela indicação, venho fazer esse post:
Edição de 2009
Ilustrada por Daniel Kondo
Editora Cosac Naify
Sinopse:
Minhas contas tematiza a tolerância religiosa ao contar a história de uma amizade abalada pelo preconceito. O livro revela-se ainda uma bonita celebração da cultura africana, tão importante para a formação da identidade brasileira. Pedro e Nei são "dois furacõezinhos" inseparáveis. Mas a mãe de Pedro o proíbe de brincar com o amigo por causa dos fios de contas que ele usa. As cores e os objetos do candomblé foram o ponto de partida para Daniel Kondo conceber as ilustrações, que demonstram as características de importantes orixás. As dezoito divindades que participam desta história aparecem ao final em pequenas ilustrações e textos explicativos. Na quarta capa, a escritora Heloisa Prieto confirma a relevância da obra: "O texto comove ao apontar para uma responsabilidade que é da conta de todos nós: o direito à liberdade".
O que dar de presente para uma princesinha mimada que tem muito mais do que precisa? A rainha pergunta a Arabela o que ela quer ganhar de aniversário. Ora, simplesmente um elefante de verdade! Assim, os pais da pequena tirana movem mundos e fundos para atender tal capricho. Mas, por fim, o próprio "bichinho" de estimação vai ensinar a Arabela que ela não é a única pessoa do mundo cheia de vontades... Por meio de uma narrativa engraçada e levemente irônica, Mylo Freeman mostra ao pequeno leitor como o excesso de mimo e extravagâncias consumistas não são tão interessantes quanto podem parecer à primeira vista.
Contos africanos para crianças brasileiras reúne dois contos de temas universais e tradicionais, que pertencem à literatura oral de Uganda: o primeiro fala de como nasceu a inimizade entre o gato e o rato, e o segundo, do motivo pelo qual os jabutis têm os cascos "rachados". O autor fez algumas adaptações para o jovem leitor brasileiro, mas manteve as características próprias da região de origem, que permitem conhecer uma pequena parte da cultura daquele país, de belezas estonteantes. Propõe, ainda, que as crianças leiam, pesquisem e comparem as versões já conhecidas e, assim, passem a reconhecer a riqueza que nasce da diversidade. Premios: Este livro foi premiado pela Academia Brasileria de Letras - Categoria Literatura Infanto-Juvenil - em 2005. e pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - Categoria Reconto - em 2005.
Celso Sisto nos presenteia com uma belíssima adaptação de um conto popular originário da África Ocidental. O casamento da princesa é uma história repleta de simbologia e significados. Abena é uma princesa africana disputada por seus pretendentes: o Fogo e a Chuva. Ambos terão de passar por uma prova de resistência para conseguir a mão da filha do Rei.
O tabuleiro da baiana, mais recente lançamento da coleção Lembranças Africanas, traz para o universo infantil a graça e o encanto desse personagem tão típico do cenário brasileiro: a vendedoras de quitutes que ficaram conhecidas em todo o país como “baianas”.
As roupas, o tabuleiro e os pratos típicos da culinária baiana são sua “marca registrada”.
Era uma vez um país onde viviam muitos negros vindos da África. Eles trouxeram suas músicas, suas danças, suas línguas, sua religião e muitos outros costumes. Esses costumes se misturaram com os dos índios e com os dos portugueses. Esta coleção fala de alguns desses costumes e de sua origem. Queremos que cada livro mostre como é bom ler. Depois, procure aprender mais sobre tudo que os negros foram e são para o nosso país.
Nito abria um berreiro por tudo e ninguém aguentava mais tanta choradeira. Um dia seu pai o chamou num canto e veio com aquele discurso: “Você é um rapazinho, já está na hora de parar de chorar à toa. E tem mais: homem que é homem não chora.” Essas palavras martelaram na cabeça do Nito. De tal maneira que o menino resolveu parar de chorar. Definitivamente. Engoliu todas as lágrimas e contabilizou: tantos choros quando cortou o pé, mais tantos choros quando levou aquela enorme injeção, e assim por diante. Mas como ninguém é de ferro, caíu na cama doente. E só um médico, o Dr. Aymoré resolveu o seu problema: o menino tinha que desachorar todas as lágrimas reprimidas, uma a uma. Os pais do Nito trouxeram duas bacias enormes e além do menino, todos naquela casa choraram juntos. De emoção, de alegria e muito alívio. Sonia Rosa é carioca e tem 43 anos. Sua experiência como professora de crianças e adolescentes a levou a escrever 12 livros sempre adotados nas escolas. Entre eles destacamos: Cadê Clarisse e Os amores de artistas (Selo Altamente recomendável pela Fundação do Livro Infantil e Juvenil) Victor Tavares é carioca e tem 30 anos. Já ilustrou mais de uma centena de livros para crianças e adolescentes e ganhou vários prêmios.
Griot é o contador de histórias africano que passa a tradição dos antepassados de geração em geração. O objetivo dessa coleção é trabalhar a identidade
afrodescendente na imaginação infantil. E é justamente à imaginação que esses livros falam a partir de uma composição sensível, de textos curtos e poéticos,
associados a belas ilustrações. Modo lúdico de reforçar a autoestima da criança a partir da valorização de seus antepassados, de sua cultura e de sua cor.
Quando o sol acorda nos céu das savanas, uma luz fina se espalha sobre a vegetação escura e rasteira. O dia aquece e é hora de descobrir muitas aventuras.
Acabo de ler este belo livro que fala de uma história do reino Zulu e de três irmãos. Compartilho pela bela história, maravilhosas ilustrações e porque essa obra foi doada pela Editora para uma das crianças (carente economicamente) atendidas pelo Projeto Social Sábado Criativo. Aproveito a oportunidade para agradecer a editora pela doação.
Edição de 2006 Ilustrada por Ciça Fittipaldi Editora Larousse
Sinopse:
Malandela seguia seus irmãos com sua bolsa feita da orelha de elefante. Foi quando os três encontraram um reino muito estranho. Algum feitiço havia transformado todos os habitantes em pedras. O único sobrevivente do ocorrido lhes contou que toda a vida poderia voltar caso realizassem três tarefas. Mas que tarefas? Rogério Andrade Barbosa conheceu essa narrativa encantadora entre os Zulus, uma população que vive ao sul do continente africano, tão perita na arte de bordar adornos quanto histórias. Seguindo a trilha do autor você vai encontra uma formiga de vida valiosa, uma grande nuvem de patos e três lindas princesas gêmeas. Descobrirá, assim, as sabedorias que existem no universo africano e o quanto ele pode inspirar ilustrações delicadas como as de Ciça. Os Irmãos Zulus; que oportunidade de segui-los do Brasil.
Acabo de ler este livro para Maria Eduarda (minha irmã de 5 anos). Compartilho pela bela história e porque essa obra foi doada pela Editora para uma das crianças (de situação econômica desfavorável) atendidas pelo Projeto Social Sábado Criativo. Aproveito a oportunidade para agradecer a editora pela doação.
Edição de 2007 Ilustrada por Ciça Fittipaldi Larousse
"Os idosos são os que contam melhor, pois já escutaram mais". — diz um provérbio africano e sua verdade areja os diversos usos que os povos deram à fábula, gênero que significa o próprio falar ou mais, intimamente, a intenção de falar e narrar, contar uma história.
Sinopse:
Na ilha de Bubaque, um dos alimentos preferidos é uma espécie de peixe conhecida por "saltão". Quando a maré baixa, surgem as mulheres da aldeia com seus balaios à cabeça, em busca de suas refeições. Certo dia, a fêmea de um saltão, que conseguiu escapar das mulheres, começou a chorar, pois acreditava que seu marido fora pego. Sua tristeza era tanta que em pouco tempo, todos os animais da ilha estavam sabendo do aparente fim do saltão. Mas, será mesmo esse o triste destino do saltão? Os leitores aprenderão que de nada adianta se afligir e derramar lágrimas antes do desfecho final. Rogério Barbosa, especialista em literatura africana, traz aos leitores uma lenda originária da Guiné-Bissau. Não chore ainda não é um bonito conto de amor e esperança. A história revela aspectos da cultura africana e traz algumas palavras do vocabulário da região.
Ontem, fui numa apresentação de estágios, de uma oitava fase, do curso de Pedagogia da UFSC. Lá foram apresentadas algumas experiências em Educação Infantil e tivemos uma bela contação de história do livro abaixo:
Edição de 2005 Ilustrada por Daniel Minter Editora Cosac Naify
Sinopse:
Numa aldeia africana, sete irmãos transformam a vida familiar numa convivência difícil: brigam e discutem por qualquer motivo. Quando o pai falece, deixa um testamento curioso: até o pôr-do-sol daquele dia, os irmãos terão de aprender a fazer ouro com sete novelos de fios coloridos. Se falharem, serão expulsos de casa, sem receber a herança. Assim, é no companheirismo e no trabalho em conjunto que os irmãos deverão buscar a solução. Baseado no feriado de Kwanzaa ("primeiros frutos" em suaíli), comemorado por afro-americanos, a leitura celebra a comunidade e a cultura africana.
Outro belo livro citado e apresentado no meu seminário na sexta-feira, foi este, que contempla questões referentes a cultura afro-brasileira, muito atual até pelo tema da COPA DO MUNDO, realizada este ano, no continente AFRICANO.
Edição de 2007 Ilustrada por Adriana Mendonça Companhia Editora Nacional
Sinopse:
Lelê não gosta do que vê - de onde vem tantos cachinhos? Ela vive a se perguntar. E essa resposta ela encontra num livro, em que descobre sua história e a beleza da herança africana.
Um dos livros citados no trabalho que apresentei ontem é o livro que compartilho hoje:
Edição de 1986
Editora Melhoramentos
Pelo tipo de coisa que aconteceu aquele dia na escola, eles já estavam no primeiro grau. Sem dúvida: estavam. Foi uma tarde, os dois brincavam com suas cores, quando o menino marrom misturou todas as tintas que tinha na caixinha de aquarela, todas as cores do arco-íris. E aí, sabe o resultado que deu? A mistura das cores todas deu um marrom. Um marrom forte como o do chocolate puro. O menino marrom olhou para aquela cor que ele tinha inventado e falou: “Olha aí, é a minha cor!”
Os olhinhos do menino cor-de-rosa brilharam como eles brilhavam diante de suas descobertas. E ele disse: “Sua cor é a soma de todas as cores!” O menino marrom ficou todo feliz. Criou sua cor e achou que era bom. Justo no dia seguinte, na escola, a tia levou toda a turma para o laboratório do colégio para dar algumas explicações sobre cores. Quando os dois souberam que assunto era cor, ficaram, muito excitados. É que eles iam revelar aos coleguinhas sua grande descoberta.
“Eu chego e conto?” perguntou o menino cor-de-rosa.
“Não” disse o menino marrom.
“Deixa a professora falar primeiro, depois nós damos o nosso show.”
Eles estavam convencidos de que iriam brilhar na visita ao laboratório da escola. E, enquanto todo mundo ria, falava, mexia nas cores, acendia luzes, desligava projetores, eles estavam caladinhos num canto num canto para fazer a grande revelação na hora exata.
Aí, chegou a hora. A professora resolveu mostrar para eles o Disco de Newton. Todo mundo conhece o Disco de Newton, não é verdade? Todo mundo já foi ao laboratório da escola, certo? Ou sua escola não tem laboratório. Bem, essa é uma outra história e é o Ministério da Educação que tem que resolver. Deixa a gente contar a nossa, que felizmente tem um laboratório instalado na escola. E ali tinha o Disco de Newton.
O Disco de Newton é o seguinte: um pequeno círculo de metal, plano como um disco comum, dividido em raios (como uma roda de bicicleta). São sete espaços entre os raios, cada espaço com uma das cores do arco-íris. O disco gira em pé, como uma pequena roda-gigante, tocado por uma manivela. Você toca a manivela bem depressa, o disco vai girando, girando e aí, o que acontece com as sete cores? O quê? Isto é o que os meninos iam descobrir naquela manhã, na escola. A professora mostrou o disco para eles – tinha uns meninos pequenininhos, tão agitadinhos que nem estavam ligando para aquela história – e perguntou: “Se eu misturar todas essas cores, o que é que elas viram?”
O menino marrom gritou, rápido: “Viram marrom!” E olhou orgulhoso para os outros. Só que ele esperava aplausos e levou o maior susto. A professora disse: “Não.” E continuou: “Vejam: eu vou rodar este disco bem depressa e vou misturar todas as cores nesta rodada. Prestem atenção, fiquem de olho no disco.” E todos prestaram atenção. O disco foi girando, girando, e de repente, ficou todo branco. E a professora explicou: “Viram? O branco não é uma cor. O branco é a soma de todas as cores em movimento.” “Com esta eu não contava” falou o menino marrom. “Nem eu” falou o menino cor-de-rosa.
Os dois voltaram para casa calados, com a cabecinha fervendo. A coisa tinha ficado desse jeito: se misturar todas as cores e elas não girarem, elas ficam marrom. Se misturar todas cores – em parte iguais _ e botá-las para rodas, elas viram o branco.
Estava tudo assim, quando, de repente, o menino marrom falou para o menino cor-de-rosa: “Quer dizer que eu sou todas as cores paradas e você é todas as cores em movimento?” O menino cor-de-rosa pensou um pouco e respondeu: “Só um detalhe: eu não sou branco!” Pronto. Agora, é que as coisas complicaram de vez...
Hoje, finalmente apresento meu seminário sobre a literatura infantil. Trata-se de um capítulo que do livro que divulgo abaixo:
Edição de 2008 Editora Autêntica
Sinopse:
Roger Chartier afirma que “a edição é o momento em que um texto se torna um objeto e encontra leitores”. As análises apresentadas neste livro, com base em dados do PNBE/2008 – bibliotecas para a Educação Infantil, sugerem que talvez seja mais pertinente dizer que a edição é o momento em que um texto se torna um objeto e procura leitores; no caso da edição de literatura infantil, os textos se tornam livros que procuram leitores na escola. E porque a Educação Infantil ainda não recebeu pleno estatuto como instituição educativa, essa primeira iniciativa de políticas públicas, no sentido de reconhecer o direito ao livro e à leitura das crianças desse nível da Educação Básica, concretizou-se por meio de um jogo de confrontos e ajustes entre políticas de edição, direcionadas para um mercado editorial ainda não reconhecido, uma cultura escolar que ainda não se convenceu inteiramente da importância do livro na Educação Infantil, e ainda atribui funções nem sempre legítimas à literatura infantil, e políticas públicas de leitura e formação de leitores que só agora buscam propiciar práticas de letramento literário nas instituições de Educação Infantil. Esperemos que seja a criança a grande vitoriosa nesse jogo.
Ontem não apresentei meu trabalho, pois era a última da listagem e o tempo da aula foi curto para tanto encantamento com as literaturas apresentadas pelas colegas de curso. Mas meu trabalho na disciplina "Literatura Infantil Juvenil" (no curso de Pedagogia - UFSC) sobre a "Representação e identidade: política e estética étnico-racial na literatura infantil e juvenil" Texto de Aracy Martins & Rildo Cosson. será apresentado na próxima aula e por isso aproveito para deixar meu post sobre outro livro que também é apontado pelo meu referencial teórico do trabalho:
Edição de 2002 Ilustrada por Odilon Moraes Editora Moderna
Sinopse:
Maria Mariô, a boneca de pano negra, ficava no fundo da caixa da sala de brinquedos da escola. Às vezes se magoava, pois poucas crianças a procuravam para brincar; mas, paciente e filósofa, ela se conformava. Um dia conhece Fael, menino negro como ela. O sonho dele era ser branco, por isso vivia pensando em ir falar com Cid Bandalheira, o disk-jóquei da Rádio Roda-Viva, para pedir o endereço do pop star Michael Jackson, que sabia o segredo para virar branco. O que Fael não agüentava eram os apelidos que lhe davam: Carvão, Negão, e outros ainda piores. Seu grande inimigo é Romãozinho, com quem acaba se engalfinhando na escola. É suspenso, sente-se injustiçado e incompreendido até pelos pais e assim resolve fugir, decidido a buscar ajuda com Cid Bandalheira. Nessa fuga, leva junto a boneca, que se tornara sua confidente. Depois de muitos percalços, ele chega aos estúdios da Rádio Roda-Viva. Ali, uma surpresa o espera: seu ídolo, o maior disk-jóquei do planeta, o exímio dançarino, vive numa cadeira de rodas. Depois de uma longa conversa, Fael entende que não se pode dar asas ao preconceito e desiste da sua idéia. Passa a aceitar-se, desvia suas energias para coisas mais gratificantes e assim amadurece mais feliz.
Era uma vez uma menina linda, linda. Os olhos dela pareciam duas azeitonas pretas, daquelas bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feito fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pêlo da pantera negra quando pula na chuva.
Ainda por cima a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laço de fita colorida. Ela ficava parecendo uma princesa das Terras da África, ou uma fada do Reino do Luar.
Do lado da casa dela morava um coelho branco, de orelha cor - de- rosa, olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto em toda a vida. E pensava: - Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou: - Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo para ser tão pretinha? A menina não sabia mas inventou: - Ah, deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez: - Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha? A menina não sabia, mas inventou: - Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez: - Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha? - A menina não sabia, mas inventou: - Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Por isso, daí a alguns dias ele voltou e perguntou outra vez: - Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha? - A menina não sabia e já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela , que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse: - Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho – que era bobinho, mas nem tanto – viu que a mãe da menina devia estar dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito.
Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não pára mais.
Tinha coelho pra todo gosto: branco bem branco, branco meio cinza, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía, de laço colorido no pescoço, sempre encontrava alguém que perguntava: - Coelha bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha? E ela respondia: - Conselhos da mãe da minha madrinha...